sábado, 20 de novembro de 2010

Minha Tragetória

                                                    Imagem: http://freebirds.wordpress.com/

Eu nasci surda, não tive nenhuma doença, nem minha mãe na gravidez, e quando tinha um ano minha mãe descobriu que eu era surda e ela não sabia o que fazer. Ai comecei a usar aparelho e fazer tratamento com fonoaudióloga, e naquela época orientavam que não era para usar Linguagem de Libras pra que assim os surdos  aprendessem  a falar.
Minha mãe treinou eu falar e me ajudava nas tarefas de casa. E quando comecei a ir à escola os professores me tratavam bem, sempre sentei na mesa do lado da professora para que ela pudesse me ajudar. Depois fui crescendo, tinham alguns professores que tinham muita paciência para me ensinar, mas tinham outros que sempre eram a maioria,    não se preocupavam comigo e achavam que eu entendia tudo o que eles explicavam na aula, mas na verdade   nunca entendia, só matemática, física e química eu entendia porque essas disciplinas são aulas mais visuais, mostravam no quadro, e  as outras matérias eram    muito difíceis, porque os professores só falavam, ai eu não conseguia acompanhar. 
A cada dia ficava mais difícil, foi aí que minha mãe me levou para aprender libras, e comecei a ter interprete no 2º Ano do ensino médio. Ai parece que  começou a clarear muito o aprendizado para mim, e ficou muito melhor,  aprendi muito mais.
Hoje estou na faculdade, e pela minha experiência eu digo como é importante a ajuda da família na vida de uma pessoa surda.
Tenho uma sorte grande, por ter uma família como a minha que sempre esteve do meu lado me apoiando, me dando todos os recursos possíveis para que eu tivesse um aprendizado igual a todos os outros alunos, sei que sou uma exceção, pois são poucos os surdos que conseguem chegar em uma universidade.
Convivendo com pessoas surdas e D.A, percebi que alguns sofrem com a indiferença de seus familiares, pois nunca os ajudam, não cuidam, não querem saber de nada relacionados a eles,  seus familiares os tratam como se eles  fossem um “lixo”. Não se preocupam com eles na escola, acham que são incapazes de aprender, e assim por não terem o apoio necessário em casa, acabam reprovando na maioria das vezes, e aí mais uma vez as famílias constatam que eles não são capazes, sem ter a consciência de que eles necessitam de sua ajuda.

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